terça-feira, 24 de agosto de 2010

Panoptismo!

Eu vejo seus rastros...
Panoptismo! Foi essa a expressão metafórica cunhada por Foucault, em uma das suas mais vívidas obras – A verdade e suas formas jurídicas – para espelhar o princípio social da vigilância. Com base na armação teórica de Bentham, que foi o mentor da estrutura material que inspirou o filósofo francês, foi erguido o tripé valorativo – vigilância, controle e correção – que, segundo ele, representa e caracteriza a dimensão fundamental das relações de poder que existem em nossa sociedade.

A mercê das incursões argumentativas e das atualizações que podem (e devem) ser feitas sobre o tema, elegemos uma linha norteadora sobre a questão: em meio à emergência contínua de novas tecnologias e da conseqüente dinamização do meio social que abriga essas novas ferramentas tecnológicas, permaneceu inalterada a lógica da vigilância social? Ora, obviamente, precisam ser guardadas as devidas proporções metafóricas para que sejam validadas quaisquer análises comparativas entre o modelo foucaultiano e a realidade hodierna, que engloba, simultaneamente, questões de natureza social e outras tantas que tem cerne privado. De qualquer sorte, feita a ressalva, pulsante parece um ponto reflexivo central: se antes, em função da própria estrutura, a vigilância era flagrante e a sensação de liberdade restrita, o que acabava por gerar um comportamento mais policiado, atualmente, são quase invisíveis os “vigias” e aparentemente ilimitada a sensação de liberdade, o que potencializa um movimento cada vez mais expansivo e relativamente descuidado.

Nesse contexto de mudança de paradigma, como já anunciado linhas acima, imperioso é o papel desempenhado pelas novas tecnologias, se é que assim podem ser chamadas, dado o fluxo ininterrupto que traz sempre um novidade mais nova ainda, com o perdão do pleonasmo intencional. Enfim, terminologias a parte, como funciona a lógica da vigilância na era digital? Essa e outras perguntas da mesma estirpe serão respondidas nesse espaço de utilidade pública, acadêmica e lúdica que visa, essencialmente, o esclarecimento, a conscientização e o entretenimento informativo em torno de um tema que assume papel de destaque nas telas (virtual e real) contemporâneas.

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